'Argentina e Brasil devem estar mais unidos do que
nunca', diz Macri a empresários na Fiesp
Patrícia Dichtchekenian | São Paulo - 04/12/2015 - 15h22
A dias de tomar posse na Argentina e
horas depois de visitar Dilma em Brasília, presidente eleito busca atrair
interesse de empresariado brasileiro em SP
Poucas horas após Maurício Macri
visitar em Brasília a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o presidente eleito da Argentina almoçou
nesta sexta-feira (04/12) com Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo).
O encontro aconteceu na sede do órgão, na Avenida Paulista, e teve a presença de 145 empresários brasileiros, segundo a Fiesp.
O encontro aconteceu na sede do órgão, na Avenida Paulista, e teve a presença de 145 empresários brasileiros, segundo a Fiesp.
Agência Efe
Mauricio Macri, presidente eleito argentino, em entrevista coletiva à imprensa
em Brasília nesta sexta-feira (04/12)
A vinda de Macri representa uma tentativa da futura administração argentina de atrair investimentos estrangeiros, principalmente o interesse de empresários brasileiros, com quem Buenos Aires tem relações comerciais estreitas. No encontro, ele pediu pelo término das travas comerciais entre os dois países.
Perante os empresários, Macri
destacou a importância de gerar empregos na Argentina e expressou desejo de
estreitar relações com as indústrias brasileiras com base na
"confiança" e "previsibiidade".
"Nessa nova etapa, temos um
desafio estrutural: criar empregos. Na Argentina, estamos maduros agora para um
caminho de desenvolvimento de iniciativas que gerem novos trabalhos",
afirmou o presidente eleito. "Neste governo, quero apoiar todo o espírito
empreendedor do pais", acrescentou.
Segundo Macri, em seu encontro com
Dilma pela manhã, ele disse que a mandatária prometera um "reencontro o
mais rápido possível para impulsionar a integração" bilateral.
"Juntos, Argentina e Brasil devem estar mais
unidos do que nunca", disse o futuro chefe de Estado argentino.
Por sua vez, Skaf demonstrou
contentamento com a vitória do líder da coalizão conservadora Cambiemos,
condecorando-o com o Mérito industrial de São Paulo.
"A visão do presidente é a nossa
visão: de modernidade, de economia liberal, de agilidade. Por essas razões, é
uma honra recebê-lo", disse o presidente da Fiesp a Macri. "A sua
vitória é um novo sinal de modernidade e inicia um novo ciclo em nosso
continente". Figura do neoliberalismo argentino, Macri venceu no dia 22
de novembro o candidato apoiado por Cristina Kirchner, Daniel Scioli, colocando
fim a 12 anos de kircherismo em um segundo turno inédito na história do país.
Ele tomará posse na próxima quinta-feira (10/12) à frente da Casa Rosada.
Encontro no Planalto
Em sua primeira viagem oficial ao exterior, Macri esteve acompanhado de seu chefe de gabinete, Marcos Peña, e da futura ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra.
No Palácio do Planalto, Dilma os recebeu com o chanceler, Mauro Vieira, e o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Everton Vargas. O encontro ocorreu em tom cordial e Macri reiterou que "confia nas instituições do país e na democracia brasileira".
A visita de Maurício Macri ao país já havia sido antecipada por ele mesmo em sua primeira coletiva de imprensa depois de ser confirmado como novo chefe de estado da Argentina. Na ocasião, ele dissera que Brasília é "o principal sócio do futuro" da Argentina.
Nova diplomacia argentina
Entre suas próximas medidas, o novo presidente argentino já havia anunciado que irá invocar a cláusula democrática contra Venezuela na próxima Cúpula do Mercosul – prevista para o dia 21 de dezembro em Assunção (Paraguai) — e que proporá ao Congresso a invalidação do memorando de entendimento com o Irã.
Dilma já havia felicitado Macri por sua vitória e o convidou para "trabalharem juntos" em favor de uma relação mais próxima, tanto entre os dois países como no Mercosul. Contudo, nesta semana, ela destacou que a cláusula democrática do bloco "não pode ser usada com base em hipóteses", que é preciso "haver fatos concretos" no caso venezuelano.
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