quinta-feira, 31 de maio de 2018

Muito especial


Hospital do Baixo Amazonas faz primeiros transplantes de rim com doador falecido








“Quando me ligaram para informar sobre o transplante, eu aceitei na hora. Foi a maior comemoração lá em casa! Espero que eu volte a ter uma vida normal, de pessoa normal, que trabalha e que estuda”, comemora Mariane Pinheiro Nobre, de 35 anos, paciente do primeiro transplante de rim com doador falecido realizado em um município do interior da Amazônia. O procedimento aconteceu no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), Santarém(PA).


Mariane fazia hemodiálise há quatro anos. Após muitas dores, mal estar e febre, ela foi diagnosticada com insuficiência renal. “Na primeira consulta, o médico já me internou, disse que eu estava com um problema muito sério no meu rim. No outro dia comecei a diálise”, lembra. Agora, ela comemora o transplante. “Minha vida vai mudar. Vou poder beber água à vontade! Sentia muita sede”.

Duas pacientes receberam os rins da doadora que teve morte encefálica por conta de um aneurisma. Antes do óbito, Sônia Maria de Sousa Lima informou à família que queria ser doadora de órgãos. “Foi um choque para a família porque ela foi diagnosticada com aneurisma, mas ela estava consciente, conversava, tomava banho, tudo perfeito. Foi muito difícil para os irmãos aceitarem a doação, queriam o sepultamento com ‘tudo’ e falei que esse ‘tudo’ poderia salvar vidas e que era a vontade dela. Foi quando aceitaram e assinaram os papeis”, conta a cunhada de Sônia, Francisca Souza.

Em novembro de 2016, a equipe do HRBA fez o primeiro transplante com doador vivo. Desde então, foram 20 transplantes realizados na unidade, que é gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará.

O hospital já captava órgãos desde 2012. Após a coleta, os órgãos eram levados para a Central de Transplante, em Belém, e direcionados ao paciente que estava na fila. “Este foi o primeiro transplante renal com doador falecido no interior da Amazônia e foi com uma equipe 100% regional. Isso foi um marco histórico pra gente, porque, com doador falecido, a logística não é fácil, mas cumprimos todos os requisitos do Sistema Nacional de Transplantes. Ganhamos força, coragem e reconhecimento dos pacientes em Santarém. Foi muito positivo”, relata o responsável técnico do Programa de Transplante da unidade, o nefrologista Emanuel Esposito.

Para o cirurgião Alberto Tolentino, que comandou a equipe cirúrgica durante os procedimentos, a tendência é que aumente o número de doações de órgãos. “Sabendo que os órgãos vão ficar aqui mesmo na região, a expectativa é que os familiares aceitem mais e ajudem a salvar vidas. Esse era um grande anseio da população que tem insuficiência renal crônica e está na fila por um transplante. Esses pacientes ficaram muito felizes, comemoraram o início desses procedimentos, assim como toda a equipe do hospital, que se empenhou para conseguir realizar esses procedimentos”, diz.

O resultado é mais um avanço para a saúde da população. “Esta última semana foi histórica. Isso é importante, porque realizamos a captação dos rins e também fizemos o transplante desses órgãos com equipe própria. Representa um avanço significativo por possibilitar aos pacientes serem beneficiados pelas doações e captações realizadas pelo hospital. O HRBA caminha a passos largos para ser uma referência na assistência ao paciente renal crônico para a região Norte do País”, afirma o diretor-geral do Hospital Regional, Hebert Moreschi.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, o transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Quando o órgão é de doador falecido, os rins são retirados após a morte encefálica e autorização dos familiares. Para receber um rim de doador falecido, é necessário estar inscrito na lista única de receptores de rim, da Central de Transplantes do Estado.

domingo, 13 de maio de 2018

Jovens aplicados


Atletas de Mãe do Rio se destacam em etapa regional dos JEPs





Lance de jogo de basquete, uma das modalidades disputadas na etapa regional dos JEPs em Mãe do Rio
Foto: Eliseu Dias / Ascom Seduc


Com medalhas de ouro em handebol, futsal e basquetebol, e prata em voleibol, o município de Mãe do Rio, no nordeste paraense, encerrou sua participação na 2ª etapa Regional dos Jogos Estudantis Paraenses (JEPs) no sábado (12). A participação de Mãe do Rio na competição, que completa 60 anos em 2018, iniciou antes de sua elevação à condição de município, há 30 anos.

Um dos veteranos ainda em atividade é o professor Isaac Lopes, que há quase 50 anos participou pela primeira vez do evento, em Belém, ainda com a denominação de Jogos Estudantis do Interior.

Hoje, o professor de Educação Física forma sua terceira geração de competidores, entre os quais o socorrista Warley Lima, 36 anos, que trabalha no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ex-atleta de basquebol, ele agora acompanha o filho, Vitor, nos JEPs.

Aos 16 anos, Vitor Lima estará pela terceira vez na fase estadual em Belém, pela Escola Estadual Padre Marino Contti, integrando a equipe de basquetebol, como o pai dele esteve há mais de 20 anos. "São centenas de estudantes que treinaram comigo, e sempre digo aos novatos que mais de 80% deles se tornaram cidadãos de bem, honrados, que estudaram e hoje têm uma profissão digna", ressaltou Isaac Lima.

A Regional Mãe do Rio dos JEPs teve 409 atletas inscritos. Destes, 150 são do município-sede. Eles disputaram as modalidades futsal, voleibol, basquetebol e handebol. Segundo a coordenadora municipal dos Jogos, Chiara da Silva Sampaio, a prática esportiva ocorre durante o ano todo nas escolas das redes municipal e estadual, "tanto que a seletiva municipal recebe inscrições de todas as escolas, e o ginásio da cidade funciona durante o ano todo para atender à procura de professores por treinos fora do horário escolar, porque acreditamos no poder transformador do esporte na vida do jovem".

Resultados - Mãe do Rio sediou pelo quarto ano uma das etapas dos JEPs, que teve entre os vencedores as atletas de voleibol da Escola Técnica de Paragominas, na categoria B (15 a 17 anos), e a equipe de voleibol “B” da Escola Nikkei, de Tomé- Açu.

No futsal masculino A (12 a 14 anos), os estudantes da Escola Estadual Deuzalina Lima venceram, pelo placar de 6 x 1, a equipe do Colégio Luterano de Tomé-Açu. A atleta de basquetebol Maria Luisa Silva, da categoria A de basquete, treina desde as séries iniciais do ensino fundamental maior, e estará na etapa estadual dos Jogos.

A estudante quer seguir os passos do irmão, Marcos, atleta de Mãe do Rio revelado nos Jogos, que hoje integra o time de basquete do Paysandu, na capital paraense. "Tudo iniciou com o meu pai, que era atleta de voleibol nos JEPs. Aqui, em Mãe do Rio, desde criança gostamos de praticar esporte”, disse Maria Luisa.
Atletas de Acará, da Escola Deuzalina Lima, ficaram com o ouro nas categorias A e B Masculino. Já na categoria B Feminino do Futsal o ouro foi conquistado, nos pênaltis, pelas alunas da Escola Estadual Irmã Agnes, de Ipixuna do Pará, que derrotaram a equipe de Altinópolis, da Escola Professora Izabel Amazonas.
No final das competições, além de destacar os vencedores, o momento foi também de solidariedade a quem não conseguiu subir ao pódio. Edson Rodrigues, técnico da Escola Luterana de Tomé-Açu, enfatizou aos atletas que vencer e perder faz parte da vida. Segundo ele, "saber trabalhar bem essa questão na cabeça dos nossos alunos os torna mais fortes e preparados para a formação futura".
Por Kátia Aguiar