Presidente
do BNDES descarta irregularidades no Fundo Amazônia
Publicado
em 23/05/2019 - 20:54
Por Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O afastamento da chefe do
Departamento de Meio Ambiente e responsável pelo Fundo Amazônia no Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Daniela Baccas, não foi
motivada por irregularidades, assegurou hoje (23), no Rio de Janeiro, o
presidente da instituição, Joaquim Levy. Ele informou que está trabalhando no
aprimoramento da governança do fundo, mas descartou a possibilidade de isso ter
contribuído para o afastamento de Daniela.
"A gente foi muito claro que
não havia nenhuma suspeita de irregularidade, nem nada disso. Jamais deve ser
interpretado (assim)". Levy disse que é natural que haja rotações de
funcionários nos cargos. "Eu acho que não se deve tirar ilações que jamais
foram feitas ou levantadas em relação ao Fundo Amazônia".
Levy disse que cada operação do
Fundo Amazônia deve ser olhada na sua especificidade, porque elas são
diferentes". Segundo o presidente, a Embaixada da Noruega disse não ter
visto até agora nenhuma proposta de mudança. "Ela também foi enfática. Por
enquanto, não houve". Levy admitiu que tem conversado com frequência sobre
o fundo com o embaixador norueguês, Nils Martin Gunneng.
Prêmio
O presidente participou nesta
quinta-feira do 8º Green Rio, evento de bioeconomia que ocorre até sábado (25)
no Rio de Janeiro. Ele lançou no evento a segunda edição do Prêmio BNDES de
Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais. A iniciativa visa
reconhecer e divulgar boas práticas de salvaguarda e conservação de bens
culturais imateriais associados à agrobiodiversidade e à sociobiodiversidade.
Joaquim Levy disse que o BNDES,
enquanto instituição financeira, é muito envolvido na área da economia verde.
"Quase 20% dos nossos desembolsos no ano passado, algo da ordem de R$ 12
bilhões, foram exatamente nessa área, em particular em energias
renováveis". Nos últimos anos, o banco investiu quase R$ 35 bilhões em
energias alternativas, como eólica, biomassa, solar, informou.
Ferramenta
Segundo Levy, uma das ferramentas
"extraordinárias" que o Brasil dispõe na área da economia verde é o
Fundo Amazônia, voltado para a preservação do principal bioma brasileiro. Para
ele, o Fundo Amazônia é "uma experiência importante inclusive de
cooperação internacional com Noruega e Alemanha". Levy destacou que o
fundo beneficia atividades extrativistas sustentáveis, como é o caso do babaçu,
por exemplo, e comunidades indígenas, e trabalha não só com organizações não
governamentais (ONGs), mas também com estados e o governo federal.
O presidente disse que o Fundo
Amazônia teve participação importante no cadastramento ambiental rural, que
contribui para melhorar a qualidade da agricultura nacional, cria oportunidades
de investimento e criação de riqueza, por meio do reflorestamento. O fundo
apoiou o cadastramento de mais de 740 mil propriedades rurais, o que
corresponde a 10% do território nacional. Outra atividade importante é o
rastreamento das cadeias produtivas, o que contribui para fortalecer e
enriquecer as comunidades que vivem dessas atividades.
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Edição: Fábio
Massalli