Nobel de
medicina é categórico: Jejum é muito melhor do que comer a cada 3 horas
A
alimentação restrita é capaz até de regenerar células ruins.
Redação - SOS
Solteiros -
Publicado: 08/11/2017 11:23 | Atualizado: 08/11/2017 15:53
Parece
que o jogo virou. Especialistas do mundo inteiro estão indo na contramão da
crença popular de que comer de 3 em 3 horas é a melhor forma de se alimentar.
O jejum
quando acompanhado por um profissional, está ganhando destaque entre as dietas
saudáveis, como falamos nesse
texto (inclusive a Bela Gil aprova).
Mark
Mattson, chefe
do Laboratório de Neurociência do Instituto
Nacional de Envelhecimento e professor na Universidade Johns Hopkins, foi além e revelou em uma das palestras do TEDx que, além de não prejudicar
nossa saúde, passar longos períodos sem comer pode trazer benefícios
gigantescos ao nosso cérebro!
De acordo
com o especialista, os benefícios do jejum podem ser comparados aos benefícios
que a prática de atividades físicas traz ao corpo humano.
As diversas pesquisas realizadas
por Mattson e sua equipe apontaram que a restrição alimentar e calórica aumenta
a produção de fatores neurotróficos que promovem o crescimento de neurônios,
melhorando a conexão entre eles e dando mais força para as sinapses.
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Como assim, Brasil?
Quando você está com fome e não se alimenta, o
cérebro meio que entra em um estado de alerta, fica mais ativo e começa a
desencadear reações para se adaptar a essa realidade. Basicamente é a mesma
coisa que acontece aos animais quando passam longas horas ou até dias em jejum
atrás da caça – afinal, somos animais também.
Uma dessas reações de adaptação feitas pelo cérebro
humano no período de jejum é o aumento da produção de mitocôndrias nos
neurônios. Essa alteração faz com que a habilidade dos neurônios de se
conectarem também aumente, o que acaba promovendo uma melhor absorção de
informações, favorecendo o aprendizado e a memória, revela Mattson.
Além disso, a prática dessa dieta, segundo este
estudo
publicado no site científico The American Journal of Clinical Nutrition, está associada à redução de
doenças cardiovasculares, câncer e ainda no tratamento de diabetes.
E mais, de acordo com o especialista, estudos
feitos pela Universidade
do Sul da Califórnia constataram que o jejum, além de proteger nosso
sistema imune, ainda é capaz de regenerá-lo.
No período que passamos sem nos alimentar, nosso
corpo começa a poupar energia e assim, ele acaba “matando” algumas células
imunes velhas que não estão mais trabalhando corretamente. Depois de tirar
todas do nosso organismo, quando a gente se alimenta novamente, cria-se novas
células imunes, novinhas em folha.
Ou seja, o jejum acaba fazendo uma “faxina celular”
no organismo, jogando as velhas fora e criando, a partir das células tronco,
novas células, prontinhas para turbinar o funcionamento do nosso corpo, capazes
até de reparar nosso DNA.
De acordo com o neurocientista,
todas essas alterações no nosso organismo e cérebro são capazes de prolongar
nossa vida e ainda retardar ou evitar o aparecimento de doenças degenerativas,
como o Alzheimeir e o Parkinson, por exemplo.
“Desafios para o cérebro, seja
por jejum intermitente ou exercício vigoroso… é um desafio cognitivo. Quando
isso acontece circuitos neurais são ativados, níveis de fatores neurotróficos
aumentam, e isso promove o crescimento de neurônios e a formação e
fortalecimento das sinapses. Nós não poderíamos prever que o jejum
prolongado poderia ter um efeito tão impressionante na promoção de regeneração
baseada em célula tronco” – revelou Mark Mattson.
Se são tantos benefícios, por que parece tão errado
ficar sem comer?
Antes de tudo, é preciso deixar bem claro que a
prática dessa dieta e todos os benefícios que ela pode trazer a nossa saúde só
são reais quando tudo é feito com acompanhamento profissional. Parar de comer
sem a orientação de um nutricionista pode levar a uma defasagem de vitaminas e
o que era para te fazer bem, pode tomar proporções terríveis para sua saúde.
Existem várias formas de seguir essa restrição
alimentar, como o modelo “5 por 2”, que consiste em fazer o jejum por algumas horas
durante dois dias da semana e nos outros cinco dias, comer normalmente. E de
fato, não é necessário passar 24 horas completamente em jejum.
Conforme explicamos neste
texto,
especialistas sugerem reservar algumas horas do dia, preferencialmente a noite,
por exemplo, não se alimentar das 7 da noite até as 7 da manhã.
Pode parecer bastante difícil, mas, conforme o
neurocientista explicou em sua palestra, esse é um novo “hábito” que deve ser
inserido na sua rotina aos poucos. Com o tempo fica fácil nos adaptarmos ao
jejum.
Mas então, por qual motivo essa história de comer
de 3 em 3 horas é tão difundida?
O
neurocientista tem a resposta na ponta da língua: é bom para os negócios!
De acordo com Mattson, tanto a indústria
farmacêutica quanto a alimentícia não pouparam esforços para difundir essa
informação. Conforme aponta o especialista, se todos soubessem dos reais
benefícios de passar algumas horas sem se alimentar, toda a grana que gira em
torno da nossa alimentação sofreria grandes alterações. Ou seja, poderosos
perderiam dinheiro. Muito dinheiro.
Imagine se as pessoas que sofrem com essas doenças
citadas, como as cardiovasculares, diabetes ou doenças degenerativas, tomassem
conhecimento de que uma mudança na rotina de alimentação pode tratar todos os
males. Certamente elas iriam menos à farmácia, logo a indústria farmacêutica
perderia dinheiro.
Sem contar que esse esquema “Tele-Sena” (comer de 3
em 3 horas), faz com que o consumo de comidinhas rápidas (barrinhas, lanchinhos
e afins) aumente significativamente. Sem esse sistema, a indústria alimentícia
perderia uma boa parcela do mercado.
Diversos
especialistas questionam a validade das pesquisas científicas financiadas
justamente por essas indústrias. Inclusive em sua palestra (veja o vídeo ao
final desse artigo) Mark Mattson diz que os resultados sobre os benefícios da
alimentação de 3 em 3 horas estão nessa lista de estudos duvidosos. O
documentário “What The Health“, disponível na Netflix, detalha
como esse financiamento funciona – vale assistir!
Além deste estudo, publicado no site científico NBCI, ter revelado que realmente
comer a cada três horas não favorece nosso metabolismo e pode até favorecer o
aumento do peso, Yoshinori Ohsumi, biologista celular e Nobel
de Medicina em 2016, também constatou que o jejum é um arma poderosa à favor da
saúde.
Neste estudo, feito por Ohsumi, foi
comprovado a renovação celular e os benefícios diversos da dieta restritiva, já
citados por Mattson em sua palestra ao TEDx.
Chamando essa reação de “Autofagia”, o estudo feito
pelo ganhador do Nobel de Medicina criou grande polêmica ao comprovar que ficar
um tempo sem comer elimina as células ruins do organismo e posteriormente cria
células novas, mais eficazes para o bom funcionamento do nosso corpo, além de
ser eficaz no combate dos malefícios do envelhecimento e na cura de doenças
degenerativas.
Ou seja, não faltam estudos e especialistas
renomados apoiando o jejum como uma poderosa ferramenta para nossa saúde. Se
ficou com vontade de começar esse novo “desafio”, é preciso ser responsável. Em
hipótese alguma pare de comer sem a supervisão de um nutricionista.